nos últimos tempos tenho me emocionado muito com o cinema, que talvez seja a arte mais beneficiada pela rede virtual (pirataria, pirataria e pirataria!).
impressiona-me a capacidade de contundência política e sensibilidade de alguns filmes contemporâneos, como é o caso da bela indicação do amigo wagner as tartarugas podem voar.
bamako foi outra dessas suspresas. perdi sua exibição no fórum doc aqui em uberlândia, mas saí à caça na internet após assistir outro filme do diretor abderrahmane sissako, no mesmo evento, já em sua segunda passagem ao muna e que, infelizmente, ainda conta com escassos adeptos numa cidade de 700mil habitantes.
em bamako, um julgamento se desenrola no quintal de uma casa na capital do mali. o réu em questão são as instituições internacionais, como o banco mundial e o fmi, acusadas de serem responsáveis pela degradação do continente africano e sua condição de miséria. enquanto discursos e testumunhos são proferidos com uma lucidez impresssionante, moradores seguem com suas vidas trazendo no corpo as marcas de uma existência desolada, que insiste em resistir num mundo globalizado. como aponta uma das primeiras falas do filme: "não há um mundo aberto" como querem nos fazer crer.
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